Corrupção
PF caça grupo suspeito de fraudar INSS em várias cidades do RS
Polícia Federal cumpre mandados de prisão, condução coercitiva e de busca e apreensão no Vale dos Sinos e no Litoral Norte
Polícia Federal, Ministério do Trabalho e Previdência Social deflagraram nesta quarta-feira (8) no Vale dos Sinos e no Litoral Norte a Operação Belo Monte. Objetivo é desarticular grupo que teria fraudado vínculos empregatícios para obter benefícios de seguro-desemprego e do INSS no Estado.
O cumprimento dos mandados ocorre em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapiranga, Capela Santana, Campo Bom, Charqueadas, Xangri-lá, Parobé, Nova Hartz e Portão. Um casal que faria parte do grupo investigado foi preso no início do ano por tráfico de drogas com base em informações que surgiram durante as investigações da Operação Belo Monte. A PF afirma que o grupo investigado é composto por contadores, despachantes previdenciários, aliciadores e agentes do Sine.
Levantamento preliminar aponta gastos de mais de R$ 1,6 milhão em pagamentos de benefícios previdenciários com suspeita de fraude. O prejuízo evitado projetado ao longo dos anos chegaria a cerca de R$ 5 milhões à Previdência Social, considerando apenas uma amostragem de empresas investigadas.
Policiais federais cumprem sete mandados de prisão preventiva, 12 de condução coercitiva, 26 de busca e apreensão, quatro ordens de proibição de frequência ao Sistema Nacional de Emprego (Sine), duas de suspensão do exercício da atividade de contabilidade e uma suspensão de exercício de função pública.
"Os aliciadores recrutavam indivíduos dispostos a ceder suas carteiras de trabalho e cartão cidadão, os contadores inseriam contratos de trabalho retroativos (normalmente um ano) para essas pessoas em empresas geralmente inativas, imediatamente faziam a rescisão e requeriam seguro-desemprego. As quadrilhas faziam apenas o recolhimento do FGTS, que logo em seguida era sacado em razão de rescisão sem justa causa", informa nota da PF
A investigação apurou que foram inseridos mais de 3,5 mil vínculos empregatícios falsos em pelo menos 55 empresas utilizadas nas fraudes. Em quase todos os casos houve requerimento de seguro-desemprego. As solicitações estão concentradas em algumas agências do Sine do Vale do Sinos e do litoral Norte, indicando claramente a participação dos agentes públicos na fraude.
O nome da Operação, Belo Monte, deve-se ao fato de que os levantamentos que deram origem à investigação foram feitos a partir de informações obtidas na Operação Canudos, cujo nome foi motivado pelo fato de que as fraudes ocorriam principalmente no bairro Canudos em Novo Hamburgo. A primeira Canudos teria sido rebatizada como Belo Monte por Antônio Conselheiro.
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